Opinião: 8 de janeiro, um dia para nunca mais lembrar ou para jamais esquecer? – Heron Cid
Opinião

Opinião: 8 de janeiro, um dia para nunca mais lembrar ou para jamais esquecer?

8 de janeiro de 2024 às 20h26 Por Heron Cid

Poderia ter sido um ataque de histeria coletiva e de vandalismo, como outros tantos, contra prédios públicos e símbolos da pátria brasileira, o que já seria muito grave e demandaria rigorosa punição da justiça.

Mas, não foi só isso o que aconteceu em oito de janeiro de 2023.

As invasões das sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário foram muito além de um desses protestos. E a grande diferença em relação a outras manifestações com lamentáveis depredações está na motivação e nos objetivos.

E começa pelos acampamentos nos quartéis do Exército, onde se pedia, textual e claramente, uma intervenção militar para alterar – pela força das armas e e autoridade das fardas – o resultado da eleição de 2022.

A intenção ficou ainda mais explícita nos bordões e nas palavras de ordem dos invasores durante selvageria gravada pelos próprios réus confessos. A alucinação pretendia interferir e assumir o poder na marra.

Dias antes, a Polícia interceptou autores de um plano de explosões em Brasília que fossem suficientes para provocar o ambiente de comoção para um golpe militar.

O patriotismo às avessas chegou ao ponto de destruir elementos patrióticos. Após a barbárie, regada a palavrões e mensagens de ódio, muitos deles ainda se ajoelharam e agradeceram a Deus, misturando fé com desvario.

Ao destruir prédios e gabinetes, a turba lunática chegou a pitorescamente achar que havia acabado de promover uma revolução política e e se sentiu protagonista do ‘heroísmo’ de uma ruptura constitucional. Tudo sob olhares comovidos orgulhosos de quem não estava lá, se sentiu representado e até comemorou o que hoje simula discordar.

Uma insanidade resultado do fruto podre de estímulos públicos de uns e de apoios subliminares de outros. Muita gente foi usada da pior forma possível para botar a cara naquilo que os verdadeiros inspirados e interessados na anarquia preferiram assistir à distância. Com controle remoto nas mãos.

Definitivamente, o que aconteceu não foi coisa casual. Foi perigoso e acintoso demais para ser ignorado ou minimizado. O 8 de janeiro poderia ser um dia para esquecer, como esforço de pacificação nacional, mas é, na verdade, uma data para nunca ser esquecida pelos verdadeiros democratas pelas próximas gerações. Até para jamais ser repetida.

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