Em guerra política desde 2013, o Afeganistão é bem aqui – Heron Cid
Opinião

Em guerra política desde 2013, o Afeganistão é bem aqui

30 de agosto de 2021 às 17h11
Pedestres no aeroporto de Cabul durante operação de saída do Afeganistão CORPO DE MARINES DOS EUA/SGT. ISAIAH CAMPBELL/DIVULGAÇÃO/REUTERS - 25.08.2021

Depois de 20 anos de guerra, tropas americanas deixaram o Afeganistão. A guerra, entretanto, continua no país com o conflito entre Estado Islâmico e o Talibã. Sem perspectiva de virada de página.

Depois de 2013, o Brasil nunca mais teve paz. Daquelas manifestações de rua pra cá, vivemos estado de conflagração política.

Pelo caminho, o impeachment de Dilma, um governo moribundo de Temer e uma gestão esquizofrênica de Jair Bolsonaro.

Assim como no Afeganistão, não há muita esperança de cessar fogo. O presidente Bolsonaro lidera o chamado para as manifestações de 7 de setembro e o STF responde com corta esticada. O Congresso atordoado no meio.

Governadores do Nordeste pediram paz entre as instituições semana passada. Empresários de São Paulo pedem harmonia entre poderes. Quem lidera empresa sabe que o ambiente de confronto trava negócios e intoxica relações comerciais.

Ministros do governo falam em pacificação após as manifestações próximas, mas pouca gente acredita em trégua de Bolsonaro e em armistício do Judiciário.

Os dois lados usam sua munição nessa peleja autofágica. E o Afeganistão é bem aqui. A política radicalizada, extremada e fanatizada é a arma que rouba a nossa paz, é a violência que aniquila as chances de futuro.

Lá, é a burca. Aqui, são os antolhos.

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