CPI da Covid e Renan, a Lei de Murphy na prática – Heron Cid
Opinião

CPI da Covid e Renan, a Lei de Murphy na prática

19 de abril de 2021 às 12h49

O que começa errado raramente termina bem. A extemporânea e fora de hora CPI da Covid, condenada a instrumento de pressão política e antecipação do palanque eleitoral, não poderia estrear pior.

Com o emblemático senador Renan Calheiros (MDB-AL) prestes a ser oficializado na sua relatoria, a Comissão já começa contaminada pela falta de credibilidade.

Calheiros e seu histórico dispensam apresentações. Em que pese sua capacidade intelectual e sagacidade, o alagoano não é nenhuma referência em matéria de ética e nem exemplo que se cite.

Sua indicação é daquelas coisas que só acontecem no Brasil. Invoca-se probidade para o enfrentamento à pandemia, e entrega-se a responsabilidade final do resultado do trabalho da CPI a um político praticamente arquivado da cena pública nacional em razão da sua ficha corrida.

Se confirmada, será um corpo estranho num organismo que se pretendia herói com saúde para salvar um gigante doente. Inevitavelmente, vai infeccionar, vai prurir.

Depois de prováveis meses de investigação, depoimentos e perícias, dá para levar a sério e respeitar um resumo que levará a assinatura final de Calheiros?

No Brasil é assim. Nada é tão ruim que não possa piorar. E em nenhum lugar do mundo a Lei de Murphy tem mais chance de ser provada do que aqui. Se algo pode dar errado, dará mesmo…

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