O mercado de delações e arranjos premiados. Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

O mercado de delações e arranjos premiados. Por Reinaldo Azevedo

3 de dezembro de 2017 às 10h09

Em outro post, trato do que chamei “mercado multimilionário” das delações premiadas.

Acho que acabará sendo assunto para muitos outros posts. Mas eis aí um tema que está a pedir bons repórteres investigativos. Poderia ser sintetizado assim: “As afinidades eletivas entre as grandes estrelas do direito, ou nem tão grandes, que se dedicam a delações premidas”.

Dá até para fazer um roteiro:
a: desde quando estão nesse mercado?;
b: quais são seus clientes?;
c: existe relação de amizade entre procuradores e advogados que fazem delações?:
d: o que rende mais grana? Defender quem não delata ou arranjar a quase-impunidade de quem delata?;
e: antes de oficializada a delação, que tipo de negociação esses advogados mantém com procuradores?;
f: existe, como direi?, relações extracurriculares entre estrelas da acusação e estrelas da delação?;
g: quando se define uma delação, é correto afirmar que se abre um campo de investigação que será necessariamente favorável ao delator e que se fecha um outro que poderia prejudicá-lo?;
h: em síntese, o multimilionário mercado das delações não é, na verdade, o esgoto moral dos arranjos premiados?

Acreditem: muito pouco dessa missa macabra veio a público. Mas virá. Não é certo que haverá bandidos virando heróis. É bem pouco provável. Mas assistiremos a um verdadeiro festival de heróis virando bandidos.

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