Análise: o PSB acordou (Por Heron Cid) – Heron Cid
Opinião

Análise: o PSB acordou (Por Heron Cid)

17 de abril de 2023 às 20h37 Por Heron Cid
Partido que venceu as eleições de 2022 troca melatonina por cortisol e deflagra nova fase política na Paraíba

Depois do triunfo de 2022, o PSB da Paraíba, enquanto instância, estava vivendo a ressaca da vitória. De certa forma, compreensível. Nesse cochilo, viu Republicanos e PP dominar e pautar o noticiário da sucessão estadual.

O partido despertou, enfim, da hibernação pós-eleitoral. Com a posse de sua nova direção estadual, deflagrou hoje processo de fortalecimento interno – via filiação de prefeitos e lideranças – com forte repercussão externa.

A legenda que protagonizou a reeleição do governador João Azevêdo (PSB) não cabe no figurino de coadjuvante e nem seus únicos cinco prefeitos, até então, eram compatíveis com o tamanho de um vencedor do ringue passado.

Esse novo movimento tira a sigla do berço esplêndido e abre o despertamento de um processo de renovação e pontes para 2024 e 2026.

O grande desafio de um partido com o DNA histórico do PSB é se diferenciar na sopa de letras do alfabeto politico paraibano. Conciliar o crescimento no cumprimento (quantidade) e na largura (qualidade).

Sobre os ombros da nova direção a tarefa de forjar um partido que vá além da lógica pragmática e semeie vento programático. Tão importante quanto ter números é se fazer reprodutor orgânico de novos quadros identificados com o partido e a essência do governo.

É interagir e dialogar – de verdade – com segmentos antagônicos e diversos e trazê-los para perto, com direito a inserção no debate e voz nas decisões. Da juventude à Academia, das ong’s aos setores produtivos, das minorias às instituições religiosas, dos agricultores familiares ao agronegócio, dos empresários à economia criativa.

Um partido que – nas ideias de políticas públicas, indicações e contrapontos críticos – seja um farol vivo para o governo, não uma penumbra sem personalidade. Para assim, inclusive, proteger e ser anteparo da gestão contra pressões exteriores.

Podem contribuir muito nesse processo a liderança catalisadora de João, o estilo dialógico, a compreensão sobre a efemeridade do poder e a consciência de produzir legados que transponham ciclos de mandatos.

Um recado eloquente foi dado hoje. O PSB superou o excesso de melatonina que causou sonolência contemplativa e acaba de injetar boa dose de cortisol nas veias. Fez bem. Os concorrentes estão de olhos arregalados para 2026.

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