Análise: Pedro deixa em aberto, Nilvan fecha porta para Ricardo – Heron Cid
Bastidores

Análise: Pedro deixa em aberto, Nilvan fecha porta para Ricardo

9 de março de 2022 às 19h28
Declarações sobre ex-governador serviram de termômetro para os dois junto ao eleitor e a praça política

Declarações e palavras, nessa fase da pré-campanha, servem de termômetro. As reações da plateia ditam se as insinuações e recados avançam ou brecam na nascente.

Hoje, a agitada ágora política paraibana teve uma dessas amostras.

Se o senador Veneziano Vital (MDB) aceitou Ricardo Coutinho (PT) como pré-candidato ao Senado, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) não descartou interesse em eventual apoio ou voto do ex-governador, de quem recebeu acenos semana passada.

Pela manhã, em Campina Grande, durante entrevista à imprensa local, o repórter fez uma pergunta direta. “O senhor aceitaria o apoio de Ricardo Coutinho no segundo turno”? Pedro respondeu:

“A gente quer dar sequência e fortalecer nosso projeto. É claro que com Ricardo, no ponto de vista pessoal, existe uma distância maior, evidente. Mas, a gente soma esforços pra poder na política conseguir apoio daqueles que querem fortalecer a nossa candidatura. Quem estiver na oposição será bem-vindo no segundo turno ou desde já”.

A repercussão foi imediata. Ligado, o radialista Nilvan Ferreira (PTB), pré-candidato ao governo também pela oposição, fez contraponto e radicalizou.

Em entrevista na Hora H, programa da Rede Mais Rádio, Ferreira foi categórico, sem arrodeio, sem meio termo: “Eu não quero apoio de Ricardo Coutinho nem pintado de ouro”.

E aprofundou: “Eu não vejo nenhum tipo de território para qualquer aproximação a Ricardo Coutinho. Ricardo Coutinho está em estado de putrefação moral. Pessoas morreram com os desvios da saúde e nesses desvios ele elegeu o governador que está aí. Respeito quem pensa diferente, mas esse é o meu pensamento”.

Demarcou território.

No fim do dia, Pedro se pronunciou nas redes sociais. Dessa vez, noutro tom:

“Sobre a suposta composição com Ricardo Coutinho, vou deixar aqui bem claro: de João Azevêdo, de Ricardo Coutinho e da Calvário quero é distância e Justiça. Dito isso, não nego o voto de ninguém”.

Para Pedro, o episódio serviu de testagem e termômetro. Para Nilvan, caiu no colo como uma oportunidade.

Comentários