A crônica de um rompimento anunciado – Heron Cid
Opinião

A crônica de um rompimento anunciado

21 de fevereiro de 2022 às 11h53
Veneziano Vital assume candidatura e entra no jogo da sucessão contra quem se elegeu junto em 2018 (Foto-montagem: Wallison Bezerra/Portal MaisPB)

Em 2018, quando o eleito senador Veneziano Vital recebia o diploma na solenidade da Justica Eleitoral, um experiente deputado com PHD em Campina Grande olhou para um governista ao lado e profetizou: Veneziano será candidato ao governo. A pessoa riu, desconversou e não levou a sério.

No governo, a relação entre Veneziano e o parceiro de campanha João Azevêdo sempre oscilou.

Ora, com gestos de efusivo entusiasmo e até de antecipação de apoio à reeleição, antes mesmo do próprio governador se posicionar sobre 2022.

Ora, com clima de tensão, distanciamento físico e retórico, críticas públicas e reações ásperas, como no fatídico episódio da Cagepa em Campina Grande com a secretária Ana Cláudia.

Em 2021, a convivência se deteriorou. Veneziano buscando pavimentar seu caminho e João – para se vacinar de iminente perda – dialogando com outras forças. Inclusive, adversárias do clã Vital, como Romero Rodrigues.

No segundo semestre já estava claro como o sol que brilha sob o espelho d’água do Açude Velho em Campina Grande: Veneziano se encaminhava para uma candidatura. A presença estratégica do ministro Vital do Rego na Paraíba, durante todo o emblemático mês de janeiro, deu o tom e produziu notórios efeitos.

Por todo o desenrolar, este Blog ousou dizer, e os leitores são testemunhas, que o senador era um homem condenado a ser candidato. Como se pode atestar, uma sentença da qual Veneziano – incensado pelo interesse/necessidade de Ricardo Coutinho – não quis recorrer.

Leia +: Veneziano: um homem ‘condenado’ a ser candidato

No fim de semana, o senador cumpriu o protocolo interno no MDB, em reunião mínima, apenas para as formalidades preparatórias do que oficializou hoje diante da ala dissidente do PT.

Agora está consumado o que aquele deputado-vidente já conseguia precocemente enxergar em 2018. Antes mesmo da posse.

Veneziano Vital e Ricardo Coutinho voltam a se juntar; dessa vez contra João Azevêdo

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