Caso DJ Ivis: o crime de quem bate e a covardia de quem silencia – Heron Cid
Opinião

Caso DJ Ivis: o crime de quem bate e a covardia de quem silencia

12 de julho de 2021 às 17h24

Assistir as cenas gravadas por Pamella Holanda, de 27 anos, choca duplamente: pela agressão irracional do marido, o cantor e produtor Iverson de Sousa, o DJ Ivis, e pela passividade dos expectadores ao redor.

Em pelo menos dois vídeos, os abusos cometido na frente de um bebê foram solenemente presenciados por pessoas da convivência pessoal do casal.

Em um, há uma mulher, ao que tudo indica, a mãe da vítima. Noutro, um homem, um amigo do agressor. Nas duas situações, as testemunhas ignoram os socos e pontapés. Pouco ou quase nada fazem.

São assustadoramente passivos. Ou por medo ou covardia, nada fizeram. Nem na hora do crime para conter e nem depois para denunciar as sessões de espancamento.

Como não naturalmente se indignar e reagir diante de um homem batendo numa mãe de filho de colo? A defesa em situações assim é natural, instintivo até.

A atitude revolta tanto quanto a selvageria do verdadeiro criminoso, o DJ Ivis, cujas atitudes cruéis só não foram mais repugnantes do que sua vã tentativa de justificar o injustificável com uma versão cínica e típica de quem se acha inimputável.

A postura negligente das testemunhas reabre a discussão sobre o papel de quem sabe ou presencia violência feminina. Nesses casos, a omissão também nunca será justificável. O silêncio é irmão da cumplicidade.

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