A ficha caiu: por que a oposição na Paraíba resolveu se apressar – Heron Cid
Opinião

A ficha caiu: por que a oposição na Paraíba resolveu se apressar

21 de junho de 2021 às 14h25

Venero o rádio desde sempre. Mas, a palavra escrita – antes no jornal e agora na mídia digital – tem o peso de registro histórico. Diferente do éter, o texto escrito não se esvai no ar. Fica para ser confrontado e conferido..

A reunião de hoje da oposição remete o autor do Blog a dois artigos recentes. Em setembro de 2020, “Oposição na Paraíba, um corpo sem cabeça”. Em abril passado, outro: “Oposição na Paraíba, um barco à espera de comandante”.

Ambos analisavam a dificuldade do agrupamento pela falta de uma referência clara de liderança, de um rumo, um fenômeno que criou um sentimento de orfandade nas camadas inferiores do tecido oposicionista.

De tão nítido para um incipiente analista, não haveria de passar eternamente despercebido por veteranos da política. A óbvia constatação desse vácuo já preocupava, motivou e apressou líderes partidários e aliados a sentarem à mesa para mandar um recado em forma de fotografia.

Para esse desiderato, o encontro surtiu o efeito pretendido de preencher o espaço então amplamente aberto e frequentado por um único player, o governador João Azevêdo. O evento serviu ao propósito de marcar posição e demarcar território.

Antes tarde do que nunca, a ficha caiu.

A tarefa da oposição, porém, vai muito além de um retrato. Eis a missão de reaglutinar forças que marcharam juntas em 2018, atualmente distantes e reposicionadas, e de repor perdas e migrações para Azevêdo nos últimos dois anos. Há uma aposta de somar o prestígio do ex-prefeito Romero Rodrigues em Campina com a penetração de Nilvan Ferreira, Ruy Carneiro e Wallber Virgolino em João Pessoa.

Na estratégia de atrair todos quanto não se sentem representados pelo projeto do governador, localizado no espectro de centro esquerda, a oposição – nitidamente situada no centro direita e alinhada a Bolsonaro – apressou o calendário e botou o bloco na rua para tentar impedir que o governador ande sozinho na avenida de 2022. Pela demora no passo, precisa acelerar.

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