As pesquisas foram as grandes vencedoras de 2020 – Heron Cid
Bastidores

As pesquisas foram as grandes vencedoras de 2020

30 de novembro de 2020 às 19h42

É malandragem antiga e batida, mas não menos arguida por candidatos que se acham em posição desconfortável em determinado momento de uma eleição.

Em toda campanha, as pesquisas são a Geni apedrejada por postulantes. Isso vai de João Pessoa a São Paulo, onde Celso Russomano (Republicanos) fez o escambau para barrar DataFolha que indicava o materializado nas urnas: um segundo turno entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

É verdade que existem pesquisas e pesquisas, institutos e institutos. E por isso mesmo a generalização infame para desqualificação de números é irresponsável e beira a certo cinismo político, também.

Na Paraíba, 2020 foi o ano da redenção das pesquisas sérias, criteriosas e profissionais contratadas e divulgadas por veículos de comunicação.

Opinião (MaisPB), Consult (Arapuan), DataVox (PBAgora) e Ibope (TV Cabo Branco) apontaram tendências confirmadas no voto. No primeiro e segundo turno.

Foi assim em Campina Grande, quando a pesquisa RedeMais/Opinião projetou, 25 dias antes do pleito, a liderança de Bruno Cunha Lima e o risco real da eleição terminar no primeiro turno.

Depois, DataVox e 6Sigma, na semana da eleição, arremataram o cenário final chancelado pelo eleitor.

Em João Pessoa, institutos deram no começo e no fim da campanha a dianteira de Cícero Lucena e Nilvan Ferreira, atestada dia 15. E indicaram a vitória de Cícero no segundo turno, igualmente confirmada – dentro da margem de erro – na apuração oficial.

Somente uma ‘empresa’ quase anônima apareceu no último minuto da prorrogação para apontar empate técnico entre Ferreira e Lucena. Curiosamente, esse dado longe da realidade foi que não mereceu nenhuma contestação ou suspeita de quem escorraçou as projeções mais tarde confirmadas.

Convém distinguir e lembrar que pesquisa capta intenção de voto. Portanto, nenhuma sondagem é o resultado final. Ela apura tendência eleitoral de um momento específico. Mas eleição é organismo vivo, não estático. O eleitor se move até o dia final. O voto mesmo só o da urna.

Dentro da margem, os institutos sérios, profissionais e respeitados acertaram nos apontamentos. Erraram os que insistem na velha estratégia de brigar com números, com a ciência e com o eleitor. E, por fim, com a inteligência.

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