Várias repartições públicas estatuais da Paraíba já reproduzem o que está estabelecido nos bastidores e até em gestos públicos: o racha no PSB e no governo é real.
Em algumas delas, os grupos de João Azevêdo, governador, e Ricardo Coutinho, ex-governador, podem ser facilmente identificados.
Com uma especificidade. A ala do governo anterior trabalha contra o atual.
Uns mais ousados sem qualquer constrangimento. Os mais comedidos com alguma prudência para preservação do contracheque.
A guerra interna e disputa de poderes funcionam como uma espécie de área movediça a segurar os pés do atual governador num ponto de estagnação.
O governo não pode andar.
Para isso, toda uma entourage encrustada na máquina faz o trabalho de segurá-la em ponto morto.
Esses agem pelo raciocínio segundo o qual detêm, por legitimidade e antiguidade, parte da propriedade intelectual e política do governo.
Nesse pensamento, a gestão só pode dar certo se a relação política estiver totalmente sintonizada com o chefe anterior. Do contrário, boicote.
Participar de um processo que se construiu é conquista e direito. Desestruturá-lo, por birra, é outra coisa.
Não saem e nem respeitam a autoridade de quem está no comando. A obediência e reverência somente a quem os colocou lá. Não a quem os manteve.
Algo parecido com o que houve em tempos da crise em torno de Luciano Agra, na Prefeitura de João Pessoa, em 2012.
Agra foi por um período um prefeito que via seu despachos e bilhetes solenemente ignorados por alguns secretários e assessores.
Há, naturalmente, soldados devotados pelo governo anterior infiltrados em todas as esferas. Se brincar, até na guarda pessoal do governador.
As bombas estão espalhadas por todo o território onde João pisa. Um campo minado difícil de ser desarmado.