Chega ao fim o caso hétero entre Bolsonaro e a Lava Jato (por Reinaldo Azevedo) – Heron Cid
Bastidores

Chega ao fim o caso hétero entre Bolsonaro e a Lava Jato (por Reinaldo Azevedo)

23 de agosto de 2019 às 11h00 Por Heron Cid
O presidente Jair Bolsonaro conversa com o ministro da Justiça Sergio Moro no Palácio do Planalto Palace, em Brasília - Adriano Machado - 17.jun.2019/Reuters

​Duas concepções de Estado policial que viveram um enlace amoroso que se pretendia duradouro estão em choque: a da Lava Jato e a do presidente Jair Bolsonaro. O amor acabou. E há o risco de rompimento litigioso. Não é surpresa para quem vê a política além dos movimentos de superfície. Fazê-lo é uma obrigação do analista. O cronista pode se contentar com os folguedos do dia.

No Coaf, agora rebatizado de UIF, na Receita, na PF, no MPF e até na Justiça havia e há quem advogue a prerrogativa, ao arrepio de qualquer ordenamento legal, de escarafunchar a vida de qualquer um em nome do combate à corrupção.

Nesse caso, é claro que não se agride a lei sem um propósito. Como evidenciam diálogos revelados pelo The Intercept Brasil e pela Folha, o comando da Lava Jato apelava a um braço que tinha na Receita para, por exemplo, tentar encontrar ilícitos de ministros do Supremo.

Não era zelo de justiça. O que se pretendia era eliminar do tribunal dois ministros —Dias Toffoli e Gilmar Mendes— considerados adversários da força-tarefa. Ou de seus desmandos, para ser exato.