Witzel, e o que mais preocupa Bolsonaro (por Ricardo Noblat) – Heron Cid
Bastidores

Witzel, e o que mais preocupa Bolsonaro (por Ricardo Noblat)

18 de julho de 2019 às 10h28
O presidente da República, Jair Bolsonaro, cumprimenta o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, durante audiência em Brasília (DF) - 26/03/2019 (Marcos Correa/PR)
Há pouco tempo, ao voar em um helicóptero sobre a cidade do Rio na companhia do presidente Jair Bolsonaro, do general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa e de alguns agentes de segurança, o governador Wilson Witzel resolveu puxar conversa.

– Tenho uma coisa para lhe contar – disse Witzel a Bolsonaro.

– O que é, governador? – perguntou o presidente.

– Serei candidato à sua sucessão.

– É?

– Só não serei se o senhor foi candidato à reeleição. Então eu o apoiarei – completou Witzel.

A revelação não causou espanto a Bolsonaro. Foi a segunda vez que ele a ouviu da boca do governador. A primeira fora em Brasília. Na ocasião, Witzel chegou a dizer que gostaria de conhecer o Palácio da Alvorada, mas Bolsonaro não atendeu ao seu pedido.

Em 2017, quando ainda era juiz federal, Witzel pediu uma audiência ao então governador Luiz Fernando Pezão. Mas exigiu que fosse no Palácio das Laranjeiras, o que deixou Pezão desconfiado de que poderia ser coisa séria.

No dia e hora marcados, Witzel chegou ao palácio com a sua mulher. Pezão o recebeu junto com assessores. Estava nervoso e curioso. Depois de 15 minutos de conversa jogada fora, Witzel revelou a razão da visita: queria conhecer o interior do palácio.

Um Pezão surpreso, mas atencioso apresentou ao casal as principais dependências do palácio. Deixou para o fim os aposentos do governador que quase nunca usava. Foi ali que Witzel comentou para espanto de Pezão:

– Serei candidato à sua sucessão. E dormirei aqui.

Dito e feito. A quinze dias da eleição do ano passado em primeiro turno, Witzel tinha meia dúzia de pontos nas pesquisas de intenção de voto. Venceu o primeiro turno com 41,28% dos votos válidos. E o segundo com 59,87%, derrotando o ex-prefeito Eduardo Paes.

Bolsonaro tem uma cisma com Witzel. Acha que ele está por trás do empenho do Ministério Público do Rio em investigar os rolos do senador Flávio e do ex-motorista Fabrício Queiroz. Tudo para tirá-lo do páreo na eleição de 2022.

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