Gaeco versus procurador: MP afasta 'crise' e fala em autonomia funcional – Heron Cid
Bastidores

Gaeco versus procurador: MP afasta ‘crise’ e fala em autonomia funcional

9 de maio de 2019 às 10h37 Por Heron Cid
Francisco Seráphico ressalta respeito institucional pela independência funcional dos envolvidos no processo

Não há crise no Ministério Público por causa do choque de opiniões entre o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e o procurador de Justica, Francisco Sagres, no caso do julgamento de habeas corpus do empresário Roberto Santiago, na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, na última terça-feira.

Foi o que externou ao Blog, via assessoria de imprensa do MP, o procurador-geral de Justiça da Paraíba, Francisco Seráphico. Na visão de Seráphico, o que para alguns setores pode ser interpretado como crise, dada as manifestações públicas das partes, inclusive em nota, consiste no normal “exercício da independência funcional”.

O procurador-geral ressaltou respeito pela atuação dos membros envolvidos no processo. Um pensamento baseado no parágrafo primeiro do artigo 127 da Constituição Federal: “São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional”.

Traduzindo: um promotor pode discordar do outro membro e nenhum é subordinado (dentro de suas atribuições) a qualquer outro integrante.

No caso em questão, o que transbordou a normalidade foram as consequências da divergência interna. De um lado, o Gaeco publicou nota na imprensa, ressaltando que a opinião manifesta pelo procurador no julgado era mera “opinião pessoal” e não traduzia o pensamento do Gaeco e nem do MP. Por sua vez, Sagres, alvo da nota, avisou que levará o caso aos “órgãos superiores” do Ministério Público.

Um choque que pode até ser natural na seara interna do MP, mas ao ganhar contorno público, com direito a notas e manchetes na imprensa, tornou-se algo pouco comum por estas plagas paraibanas. Promotor de carreira, Seráphico atua, nesse terreno específico, como “juiz” de conciliação institucional.

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