Chegou a hora de engaiolar a turma das barragens assassinas. Por Augusto Nunes – Heron Cid
Bastidores

Chegou a hora de engaiolar a turma das barragens assassinas. Por Augusto Nunes

30 de janeiro de 2019 às 10h30 Por Heron Cid
Logo da companhia de mineração Vale em Brumadinho (MG) - 29/01/2019 (Adriano Machado/Reuters)
Criadas no governo Fernando Henrique Cardoso para acelerar a modernização da máquina administrativa federal, as agências reguladoras foram transformadas pelos governos do PT em cabides de emprego a serviço de interesses de empresas que atuam nas áreas que as deveriam monitorar.

Até Rosemary Noronha, então amante de Lula, andou promovendo comparsas a diretores da Agência Nacional de Águas (ANA), à qual se reporta à Agência Nacional de Mineração, que deveria garantir a fiscalização das barragens de rejeitos. Todas as agências reguladoras precisam ser dedetizadas pelo novo governo. Não seria má ideia começar pela ANA.

Privatizada também no governo FHC, a Vale foi reestatizada oficiosamente em 2011, quando pressões urdidas por Lula e intensificadas por Dilma Rousseff resultaram na demissão do presidente Roger Agnelli. Os acionistas devem afastar sem demora os criminosos que dirigem a Vale, até para evitar a falência — financeira e moral — da empresa ameaçada de tornar-se uma Odebrecht das mineradoras.

Com a participação de fiscais e engenheiros corruptos, além de políticos canalhas, a parceria entre agências aparelhadas e a empresa deformada por ingerências indevidas deu no que deu. Não deixa de ser um consolo saber que, desta vez, a impunidade não prevalecerá. Os empreiteiros aprenderam com a Lava Jato que há vagas na cadeia também para eles. Chegou a hora de engaiolar a turma das barragens assassinas.

Nesta terça-feira, foram presos dois engenheiros terceirizados da Vale, ligados ao projeto da causa do drama em Brumadinho, e outros três funcionários da empresa diretamente envolvidos e responsáveis pelo empreendimento. Faltam os chefões.

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