Há quem pense, num primeiro momento, que a pulverização de pré-candidaturas desgaste a Oposição. Por esse raciocínio, o debate interno demonstraria fragilidade e riscos de rompimento, o que beneficia em tese a pré-candidatura governista.
Esse é o olhar mais imediato e raso, porque se o observador refletir direito verá que, voluntaria ou involuntariamente, as múltiplas candidaturas terminam gerando um efeito colateral.
Ao tempo que o noticiário está recheado de informações, cismas, intrigas, reuniões, declarações, entrevistas com Luciano Cartaxo, Romero Rodrigues e José Maranhão, a candidatura do secretário João Azevedo fica empanada.
É como se a intensa presença da discussão na Oposição marginalizasse das expectativas de poder o nome ungido pelo PSB para a pré-campanha. E esse é um fator que ajuda a explicar, também, a morosidade e apatia dos socialistas até aqui no processo.
A estratégia governista deve continuar trabalhando pelo racha da Oposição e dando holofotes às fissuras dos concorrentes internos dela, mas numa medida que não apague, sem querer, a luz da sua própria criação.