A guerra na bancada federal e suas implicações – Heron Cid
Opinião

A guerra na bancada federal e suas implicações

26 de abril de 2017 às 10h18 Por Heron Cid
Briga interna ameaça uma conquista que levou muito tempo: a unidade da bancada

Na guerra de interesses divergentes com a oposição, o Governo levou a melhor ao arrebatar para si o comando da coordenação da bancada federal, até então nas mãos do deputado Benjamin Maranhão, eleito há um ano por unanimidade.

A volta do bem articulado e desenvolto deputado Wilson Filho ao posto é uma vitória política do governador Ricardo Coutinho, que influenciou muito nos bastidores para a alteração de votos de parlamentares de sua base.

Atualmente, Wilson representa os interesses do Governo. Benjamin era a oposição. Essa leitura política nua e crua gerou o movimento governamental que culminou com a destituição do parlamentar da oposição.

Ricardo nunca engoliu direito o fato das principais emendas de bancada terem sido destinadas para João Pessoa e Campina Grande, administradas por dois adversários e potenciais nomes do xadrez de 2018.

Nem nunca escondeu sua pública insatisfação com o que considerou a marginalização de recursos para o Estado, um discurso rebatido pela coordenação da bancada, para quem o Governo sempre demonstrou pouco apetite por interação e diálogo institucional com os parlamentares.

Pelo sim, pelo não, politicamente Ricardo saiu vitorioso. Uma vitória que tem um preço e risco institucional.

Por isso, há de se torcer que pelo menos a bancada salve uma condição essencial conquistada nas últimas duas legislaturas: a sua unidade em torno dos interesses do Estado e salutar convivência coletiva. Seriamente ameaçada no momento.

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