João, um coração sangrando – Heron Cid
Crônicas

João, um coração sangrando

29 de agosto de 2023 às 10h39

“Coração na boca, peito aberto, vou sangrando”. Os versos são do poeta Gonzaguinha, mas cabem no coração, no peito e na boca do governador da Paraíba, João Azevêdo.

João, não o governador, o irmão, acaba de perder Braúlio, seu “super herói”. O mesmo João que, dois meses atrás, sentiu o travo do luto de Seu Sales, a quem tratava com carinho de pai.

Um intervalo muito curto para a extensão da dor de um homem cada vez que as fendas da alma se abrem para sangrar as perdas insubstituíveis.

A partida de um irmão é um deserto indizível. Vivi essa travessia em 2009, quando a presença física de Hernon – o homem que mais amei – se apartou tragicamente de mim. Ele com solares e sorridentes 22 anos. Eu com uma vida inteira para abraçá-lo.

Quem perde um irmão fica sem um pedaço grande de si mesmo. Um vazio que lateja em forma de saudade. Como disse João ao soltar seu grito sangrando nas redes sociais, perder um irmão é também ficar órfão.

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