Em 2022, antipetismo versus antibolsonarismo – Heron Cid
Opinião

Em 2022, antipetismo versus antibolsonarismo

9 de março de 2021 às 11h51
Bolsonaro e Lula (Crédito: Alan Santos)

Parte do eleitorado do presidente Jair Bolsonaro foi de gente que viu nele um “mito” passível até de adoração. A imensa maioria votou mesmo contra o PT, movida pelo sentimento de barrar a volta do petismo ao governo, depois do impeachment.

O sentimento antipetista prevaleceu no segundo turno e deu o capitão num voto de repúdio aos desmandos e furtos na Petrobrás, constatados pela Lava Jato, com devolução de dois bilhões por empreiteiros em acordos de leniência.

Com dois anos de governo, Bolsonaro deslizou em muitos pontos, perdeu parte do eleitor que comprou o discurso anticorrupção e outra parcela decepcionada com a atabalhoada condução da pandemia.

A decisão do ministro Edson Fachin, se não for revista pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, devolve o ex-presidente Lula ao páreo de 2022, agora com condições de elegibilidade.

Desgastada e estéril, a polarização radical ganhou mais lenha na fogueira e tem tudo para prevalecer, caso persista o cenário atual, sem uma força de centro consolidada ou um outsider com capacidade de aglutinar os setores da sociedade exaustos dessa histriônica guerra ideológica.

Até lá, o que será mais forte: o antipetismo, derrotado em 2018, ou o mais recente antibolsonarismo, em franco crescimento?

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