Na mão dos gatos (por Dora Kramer) – Heron Cid
Bastidores

Na mão dos gatos (por Dora Kramer)

11 de junho de 2020 às 17h12
Entrando ou não no jogo, Witzel parece estar diante de uma batalha perdida Rogério Santana/Governo do RJ/Divulgação

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nunca foi de se impressionar com o envolvimento de ninguém em esquemas de corrupção. Falo do conjunto, ressalvando as exceções de praxe. A despeito das atividades de governadores do estado no setor, cinco deles já foram presos, nenhum deles sofreu impeachment. Seja por desinteresse dos deputados ou porque as denúncias só foram comprovadas depois dos términos dos respectivos mandatos.

A súbita disposição dos deputados na abertura de processo contra Wilson Witzel, portanto, suscita desconfiança. Não porque se possa ou se deva considerar de antemão o governador inocente das acusações relacionadas ilegalidades na compra de material para abastecimento na área da Saúde no combate à crise sanitária.

O problema é o histórico da Assembleia, que já teve três presidentes e vários deputados presos, condenados, processados e/ou investigados. Um ambiente que não condiz com a votação unânime pela abertura do processo contra Witzel, mas combina com aquelas situações em que são criadas dificuldades no intuito de vender facilidades.

Em outras palavras, suas excelências se expuseram à desconfiança de que abriram o processo para fazer o governador estreitar laços de convivência, franquear cofres e cargos a fim de tentar evitar o impedimento. Entrando ou não no jogo, Witzel parece estar diante de uma batalha perdida, pois se abrir o balcão de negócios estará definitivamente frito na opinião pública e, aí, adeus planos de voos mais altos na política.

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