Evangélicos desafiam Bolsonaro. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Evangélicos desafiam Bolsonaro. Por Ricardo Noblat

22 de novembro de 2018 às 10h30
O ex-secretário de Educação de Pernambuco Mozart Neves Ramos, que deve ser indicado por Bolsonaro como novo ministro da Educação (Silvia Costanti/Valor/Folhapress)

Quem vencerá a quebra de braço? O presidente eleito Jair Bolsonaro ou a bancada evangélica da Câmara dos Deputados?

É fato: Bolsonaro convidou Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para ser o próximo ministro da Educação.

Ex-presidente do Movimento Todos pela Educação, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Mozart aceitou o convite.

O nome de Mozart havia sido sugerido a Bolsonaro por Viviane Senna, a presidente do instituto. E contava com o apoio de auxiliares de Bolsonaro.

Aí a bancada evangélica subiu nas tamancas contra Mozart, insuflada pelo pastor Silas Malafaia e o filósofo Olavo de Carvalho. A razão?

– Queremos nos proteger de leis e assuntos que possam prejudicar o crescimento da igreja. Não podemos permitir [no ministério] pessoas com ideais contrários aos nossos – justificou o deputado Takayama (PSC-PR), líder da bancada. “Mozart não seria a pessoa ideal para assumir, não preenche nosso perfil”.

A escolha de Mozart para ministro vazou por meio da deputada federal recém eleita Joice Cristina Hasselmann (PSL-SP).

Diante da rebelião dos evangélicos, Bolsonaro em pessoa desmentiu no Twitter que a nomeação de Mozart fosse coisa certa. Era, sim.

Pela primeira vez, uma voz da oposição na Câmara, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), havia elogiado o nome de um futuro ministro.

– Ele é um homem sério e um educador exemplar – comentou Alencar.

Está marcada para hoje uma reunião entre Bolsonaro e Mozart.

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