Temer viveu no domingo a síndrome do 1º morto. Por Josias de Souza – Heron Cid
Bastidores

Temer viveu no domingo a síndrome do 1º morto. Por Josias de Souza

19 de fevereiro de 2018 às 09h44
Michel Temer (Foto: UesleiMarcelinoReuters)

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro alterou sensivelmente a rotina de Michel Temer. Em vez de votar a reforma da Previdência, como estava previsto, a Câmara analisará nesta segunda-feira (19) o decreto da intervenção. E o presidente estava mais preocupado neste domingo com o sistema carcerário fluminense do que com o Legislativo. Na expressão de um ministro que conversou com o blog na madrugada desta segunda, “o presidente viveu a síndrome do primeiro morto.”

Deve-se o desassossego de Temer ao temor de represálias do crime organizado nas 54 cadeias do Rio. A primeira rebelião explodiu no presídio Milton Dias Moreira. Começou na tarde de domingo, um dia depois da visita de Temer ao Estado. E só foi inteiramente controlada na madrugada desta segunda. A encrenca foi deflagrada a partir de uma tentativa de fuga. Contidos, os presos fizeram 18 reféns. Houve troca de tiros. Três detentos ficaram feridos. Após longa negociação, os reféns foram liberados.

O vídeo abaixo, veiculado pelo Globo, exibe cenas captadas dentro do presídio. A imagem revela que havia de tudo na cadeia, de armas a celulares com acesso à internet. A certa altura, um dos presos declara: ”Bota essa porra no Facebook, bota no Twitter.” Ouve-se ao fundo o ruído de tiros. Outro detento narra a fuzarca: ”A bala comendo, a bala comendo…”. A tensão no presídio eletrificava as conversas em Brasília.