BRT e o exemplo de quando a política atropela o institucional – Heron Cid
Opinião

BRT e o exemplo de quando a política atropela o institucional

1 de dezembro de 2017 às 08h49 Por Heron Cid
Com edital de licitação, BRT vai sair do papel, após seis anos de sinal fechado

A história do BRT de João Pessoa, cujo edital de licitação saiu, finalmente, ontem, no Diário Oficial, tem alguns lances de bastidores que ilustram bem o patamar de política na Paraíba.

Lançado em 2011, o Pacto da Mobilidade chegou a anunciar a liberação dos recursos para João Pessoa, num projeto até então conjunto entre Prefeitura e Estado.

Em 2012, com a ruptura entre o então prefeito Luciano Agra e o governador Ricardo Coutinho, a coisa começou a degringolar.

O Estado recuou de um terreno que havia cedido para construção do Terminal de Mangabeira.

O então ministro das Cidades, Mário Negromonte, chegou a convocar Agra e Ricardo para um consenso. Sem sucesso.

Em 2013, com a chegada na Prefeitura de Luciano Cartaxo, adversário do governador, a coisa continuou emperrada e o espaço para o Terminal virou alvo de contenda, sem autorização para construção.

Somente em 2014, quando os dois se entenderam numa inusitada aliança, o Estado liberou os terrenos, um ao lado do Caic, em Mangabeira, e outro ao lado da Rodoviária para o Terminal do Varadouro.

Em 2015, novos obstáculos após o rompimento entre Luciano e Ricardo e uma trava no espaço do Terminal do Varadouro.

Entre idas e vindas, o destravamento final só ocorreu em 2016 graças a tratativas dos técnicos de Prefeitura e Estado.

E o que tudo isso revela? Que a mistura que se faz entre aliança política e relação institucional é muito prejudicial ao cidadão.

Por aqui, sem uma a outra está condenada a não existir. E pensávamos que isso era coisa do passado.

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