Análise: a angioplastia do governador, a 'pedagogia do exemplo' na veia – Heron Cid
Opinião

Análise: a angioplastia do governador, a ‘pedagogia do exemplo’ na veia

17 de junho de 2023 às 14h36
Escolha de João pelo Hospital Metropolitano deixa duas eloquentes mensagens no ar

Faz tempo que um ou outro parlamentar mais romântico tenta emplacar alguma lei que obrigue autoridades e mandatários a se submeterem aos serviços públicos. A ideia é simples. Se serve para os governados serve para os governantes. No geral, esses projetos vão para gaveta. A razão é presumida e dispensa comentários.

A contradição ficou evidente no doloroso processo da pandemia. Não faltou a hastag #VivaoSus nas redes sociais, até de autoria de políticos que saíam recuperados da covid de hospitais privados. Ficou bonitinho defender o SUS, mais fácil do que enfrentar as dificuldades impostas ao povo no cotidiano. #VivaoSus, mas para os outros.

O governador João Azevêdo (PSB) se submeteu a uma cateterismo, seguido de angioplastia. Bem resolvido financeiramente no CPF, privilegiado no CNPJ de chefe do Poder Executivo do Estado, poderia repetir autoridades e ricos paraibanos que, ao menor sinal de perigo, correm para os grandes centros de saúde do país. Ou pelo menos recorrer a um hospital privado, por aqui mesmo.

Na hora da urgência coronária, Azevêdo optou pelo Hospital Metropolitano Dom José Maria, em Santa Rita. Um gesto pedagógico com duas eloquentes mensagens ao imaginário popular.

O da confiança na própria estrutura e política de saúde que lidera e a comprovação que temos em pleno funcionamento um serviço público do coração com equipe e tecnologia preparada e suficiente para atender – com a mesma qualidade – do paciente mais simples da Paraíba à autoridade mais importante do Estado. O que serve para o governador serve para os paraibanos. E vice e versa.

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