Cozinho, o diminutivo que se fez grande em Sousa – Heron Cid
Crônicas

Cozinho, o diminutivo que se fez grande em Sousa

14 de março de 2023 às 11h24
Nicodemos de Paiva Gadelha se despede da vida e deixa o legado da solidariedade humana

Nicodemos de Paiva Gadelha. O nome pomposo de batismo foi simplificado pelo carinho que Sousa lhe devotava. ‘Cozinho’ era como o dono do apelido, singelo por natureza, acessível para todos.

O médico humano, o político carismático, o gestor sensível e honesto. Uma simbiose de ricos adjetivos reunidos num homem desprovido de ambições materiais ou quaisquer vaidades.

Por onde passou, Cozinho Gadelha deixou marcas de solidariedade. No atendimento incansável aos inúmeros pacientes, na palavra fraterna aos doentes ou no cuidado paternal com as grávidas.

Por suas mãos veio a luz para incontáveis partos. Falam em 20 mil. Podem ter sido mais. Precisa ou não, nessa estatística consta a madrugada de 26 de dezembro de 1983.

Na Maternidade Lídia Meira, uma jovem de 20 anos vivia as dores da felicidade à espera do presente de um dia depois do Natal. Naquela noite, foi Cozinho que cortou o cordão umbilical do autor deste Blog.

Quando o choro rompeu o silêncio, o médico bradou na sala de cirurgia: “É um menino, Marizete”! Para a alegria de José Maria Madrid, que, mesmo sem ultrassom, já tinha nome completo escolhido. O menino teria nome de jornalista, mesmo ofício do pai, à essa época apresentador da Rádio Jornal AM.

Cresci ouvindo de minha mãe depoimentos sinceros de admiração e gratidão ao legado de Cozinho e Gracinha, casal cuja casa era ninho de acolhimento a todos quanto batessem à porta.

O corpo do bom homem se vai. O legado do médico atuante permanece presente na memória de Sousa. De diminutivo, Cozinho só tinha o apelido. Seus gestos sempre foram grandes. Como será sua falta.

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