Anda perto de uma dezena o número dos magistrados da Justiça Estadual da Paraíba que, em fila indiana, se averbam suspeitos da tarefa de julgar processo da Operação Calvário contra o ex-governador Ricardo Coutinho (PT). A incompreensível deserção em escalada nunca antes vista na história tem sido alvo de criticas nas redes sociais e recentemente objeto de comentário do autor do Blog aqui.
Coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado na Paraíba, Octávio Paulo Neto, se pronunciou sobre a esdrúxula coletiva batida em retirada. “Frente os sucessivos casos de suspeições, coadjuvado com a ausência de fechamento judicial dos casos, se percebe que o sistema de justiça estadual tem que pensar seriamente em criar uma vara especializada para tratar de casos complexos, maxime crime organizado”, disse o promotor ao Blog.
Somente um juízo especializado – defende Octávio – seria capaz de suprir o que chama de um “histórico da prestação jurisdicional estadual sofrível”. “A história recente tem mostrado essa imperiosa necessidade, já que vemos que casos análogos julgados e processados na Justiça Federal, enquanto a Justiça Estadual temos inúmeras intercorrências sem qualquer pronunciamento definitivo, os quais poderiam ser superadas com um juízo especializado, uma vez que histórico da prestação jurisdicional estadual é sofrível”.
Na avaliação do coordenador do Gaeco, a culpa não é necessariamente dos juízes. Ele pensa que uma melhor abordagem institucional, método e estrutura de servidores e técnicos, sanariam o problema. Problema que constrange a Justiça e cora as faces da Paraíba.