Qualquer candidato gostaria de ter duas fortes lideranças brigando por uma vaga no seu projeto. Até aqui, entre os concorrentes de 2022, isso só acontece com o governador João Azevêdo (PSB), cuja senatória é alvo de queda de braço entre os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP) e Efraim Filho (União Brasil).
Em nenhum dos arraiás das várias oposições há disputa severa. Muito ao contrário. O espaço ou está preenchido, sem concorrência, tal qual a virtual chapa do senador Veneziano Vital (MDB).Ou ainda aberto aguardando os interessados, como nos ‘comitês’ de Nilvan Ferreira (PTB), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Lígia Feliciano (PDT).
Em alguns casos, espera-se, literalmente, o que vai sobrar da briga no território palaciano para aparecer pretendente, fechar a conta e definir o companheiro de chapa.
Esse contexto não é elemento decisivo para o resultado final da eleição. O processo, como se sabe, é dinâmico. Mas é um diagnóstico que baliza a cotação da perspectiva de poder, elemento relevante no jogo. Afinal, ninguém briga para estar ao lado de cachorro morto. No tabuleiro profissional da política, é o óbvio.
A condição privilegiada faz Azevêdo cozinhar o desfecho em fogo brando. Desde 2021, quando o debate foi fragorosamente antecipado, ganha-se tempo para amainar as presumidas reações, embora no núcleo cerebral do governo já defenda-se a emergencial antecipação da batida no martelo.
Porque, se esticar demais, o “problema bom” pode virar coisa ruim.