Em 2018, quando o eleito senador Veneziano Vital recebia o diploma na solenidade da Justica Eleitoral, um experiente deputado com PHD em Campina Grande olhou para um governista ao lado e profetizou: Veneziano será candidato ao governo. A pessoa riu, desconversou e não levou a sério.
No governo, a relação entre Veneziano e o parceiro de campanha João Azevêdo sempre oscilou.
Ora, com gestos de efusivo entusiasmo e até de antecipação de apoio à reeleição, antes mesmo do próprio governador se posicionar sobre 2022.
Ora, com clima de tensão, distanciamento físico e retórico, críticas públicas e reações ásperas, como no fatídico episódio da Cagepa em Campina Grande com a secretária Ana Cláudia.
Em 2021, a convivência se deteriorou. Veneziano buscando pavimentar seu caminho e João – para se vacinar de iminente perda – dialogando com outras forças. Inclusive, adversárias do clã Vital, como Romero Rodrigues.
No segundo semestre já estava claro como o sol que brilha sob o espelho d’água do Açude Velho em Campina Grande: Veneziano se encaminhava para uma candidatura. A presença estratégica do ministro Vital do Rego na Paraíba, durante todo o emblemático mês de janeiro, deu o tom e produziu notórios efeitos.
Por todo o desenrolar, este Blog ousou dizer, e os leitores são testemunhas, que o senador era um homem condenado a ser candidato. Como se pode atestar, uma sentença da qual Veneziano – incensado pelo interesse/necessidade de Ricardo Coutinho – não quis recorrer.
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No fim de semana, o senador cumpriu o protocolo interno no MDB, em reunião mínima, apenas para as formalidades preparatórias do que oficializou hoje diante da ala dissidente do PT.
Agora está consumado o que aquele deputado-vidente já conseguia precocemente enxergar em 2018. Antes mesmo da posse.