Fazia algum tempo que um governador não pisava os pés na Universidade Estadual da Paraíba. Na última quadra paraibana, UEPB e Estado só dialogavam pela Secretaria de Finanças. O debate? Um só, conflito sobre repasses legais da instituição.
Não houve, em tempo algum, palavras do atual defensor-público geral, Ricardo Barros, um governador a visitar ou comparecer à sede da Defensoria Pública da Paraíba, categoria que travou anos de litígio com o Estado pela autonomia financeira e funcional.
Houve um tempo, e não faz tanto tempo assim, em que presidentes de poderes brigavam, apelavam, e com razão, pelo óbvio: o direito constitucional dos seus devidos e respectivos duodécimos a que cada ente tem sagrado direito para manter seus serviços, segundo as regras vigentes e republicanas.
Uma apropriação indébita finda na atual gestão. A crise com a UEPB acabou, o governador João Azevêdo já assinou convênios este ano com a Universidade, onde foi recebido pela reitora Célia Regina Diniz, e esteve em pessoa esta semana na Defensoria para assinar a Lei que atualiza o órgão.
As relações entre poderes, instituições e o Estado foram, finalmente, desobstruídas. A egolatria institucional, o sufocamento e intimidação organizada e o absolutismo na concentração de poder – depois viu-se que para fins pouco heterodoxos – foram superadas.
Ficou para trás o tempo em que só um ente tinha razão, todos estavam errados e a estes sobrava apenas – e tão somente – a mendicância ou conformação com a evidente anomalia. O próprio tempo tratou de revelar à luz do dia o que existia por trás da capa autocrática e a máxima de que todo excesso esconde uma falta nunca fez tanto sentido.
A Paraíba não é mais governada por um umbigo. Reconhecer e anotar isso não é questão de opção e nem de simpatia política, é constatação, exercício histórico.
João Azevêdo durante assinatura de Lei de Atualização da Defensoria na sede do órgão
Cláudio Furtado (secretário de Educação), Célia Regina (reitora da UEPB) e o governador João Azevêdo
