Atribui-se a Winston Churchill a frase segundo a qual, diferente da guerra, na política se pode morrer várias vezes. Partidos e lideranças convivem com esse movimento de entrada e saída de necrotérios.
O PT viveu isso de 2015 até a soltura do ex-presidente Lula. No auge da Lava Jato, o partido baixou no cemitério e sofreu grandes perdas.
Entre as quais, a do seu único prefeito entre as capitais brasileiras à época. Luciano Cartaxo deixou a sigla em 2015 para evitar respingos dos desgastes dos comprovados e estratosféricos escândalos de corrupção.
E naquele momento acertou na estratégia política. Foi reeleito no primeiro turno, enquanto o PT, com Charliton Machado, amargou 4% dos votos.
Seis anos depois, os novos ventos levam o mesmo Luciano a refazer o itinerário. Com Lula líder das intenções de voto, Cartaxo surfou no momento e no regresso ao partido que deixou para não se afogar lá atrás.
Se em 2015 a tempestade negativa afastou o político para outros mares, a força da maré positiva para 2022 devolveu o ex-prefeito à praia lulista.
Como na canção de Lulu Santos e Nelson Motta, a política e “as ondas vão e vêm/ E vão e são como o tempo”. Churchil estava certo. Depois da morte, o PT está vivo de novo. E Luciano também.