Depois de 20 anos de guerra, tropas americanas deixaram o Afeganistão. A guerra, entretanto, continua no país com o conflito entre Estado Islâmico e o Talibã. Sem perspectiva de virada de página.
Depois de 2013, o Brasil nunca mais teve paz. Daquelas manifestações de rua pra cá, vivemos estado de conflagração política.
Pelo caminho, o impeachment de Dilma, um governo moribundo de Temer e uma gestão esquizofrênica de Jair Bolsonaro.
Assim como no Afeganistão, não há muita esperança de cessar fogo. O presidente Bolsonaro lidera o chamado para as manifestações de 7 de setembro e o STF responde com corta esticada. O Congresso atordoado no meio.
Governadores do Nordeste pediram paz entre as instituições semana passada. Empresários de São Paulo pedem harmonia entre poderes. Quem lidera empresa sabe que o ambiente de confronto trava negócios e intoxica relações comerciais.
Ministros do governo falam em pacificação após as manifestações próximas, mas pouca gente acredita em trégua de Bolsonaro e em armistício do Judiciário.
Os dois lados usam sua munição nessa peleja autofágica. E o Afeganistão é bem aqui. A política radicalizada, extremada e fanatizada é a arma que rouba a nossa paz, é a violência que aniquila as chances de futuro.
Lá, é a burca. Aqui, são os antolhos.