Longe da exaltação da turma da arquibancada, são os treinadores nos vestiários quem realmente sabem o potencial e limitação do próprio time e os perigos do adversário.
Estrategicamente, quase nunca dizem em público que realmente pensam, até para não desanimar a torcida organizada e nem dá moral ao oponente.
Um áudio que circula do presidente do PT, Jackson Macêdo, sobre a dificuldade que o seu partido e Lula terão para vencer Bolsonaro nas urnas, é um exemplar dessa analogia futebolística.
Na fala, registrada na posse de Antônio Barbosa na presidência do PT de João Pessoa, Macêdo diz, com todas as letras, que a disputa contra o bolsonarismo não será fácil.
“Vai ser uma guerra muito grande”, previu.
E elenca as razões elementares: “Quem pensa que Bolsonaro é um candidato fácil de derrotar não é. Ele tem uma coisa que nossos adversários históricos não tinham: ele tem pegada popular e tem base social. Que a gente queira ou não, ele tem gente na rua defendendo as loucuras que ele defende”.
Ao conclamar o PT à unidade, Macêdo arremata com um alerta, quase profético: “Se a gente acha que o PT vai ganhar sozinho, nós vamos perder. O PT não ganha sozinho”.
O que disse internamente aos seus companheiros petistas, Jackson confirmou e reiterou a fala ao Blog.
O raciocínio é simples. Com o avanço da vacina e a possibilidade de retomada econômica, as chances do presidente, com a força da máquina, se ampliam.
Como exclamou James Carville, o marqueteiro de Bill Clinton, em 1992: “É a economia, estúpido”! Atualizando para 2021: “Não são as pesquisas de um ano antes, inocentes”!
Na forma e no conteúdo, o ‘técnico’ Jackson Macêdo tem razão. Só a galera da geral pensa o contrário. Faz parte do espetáculo. O que seria do jogo sem a paixão dos torcedores?