Parlamentares sinalizam esperança e expectativa de que, com o senador Ciro Nogueira, empossado hoje na Casa Civil, o turbulento governo Jair Bolsonaro iniciará uma trégua das tensões.
Otimismo com grande chance de se perder pelo caminho da realidade. A julgar pelo histórico dos últimos três anos.
Não que falte ao ávido senador piauiense capacidade para interlocução entre poderes, perícia para desativar bombas e jogo de cintura para amealhar apoios.
Não é isso. A questão foge ao controle do habilidoso inquilino da vez. É com o verdadeiro dono da Casa Civil, o presidente Bolsonaro.
Outros esperaram a mesma coisa, como, por exemplo, com a ascensão de Fábio Faria ao Ministério da Comunicação e com a chegada da deputada Flávia Arruda na Secretaria de Governo.
As demandas dos parlamentares, verba para municípios e estados, no bom português, até desaguaram para os rios de deputados e senadores.
Mas, sem nenhuma gota de avanço ou melhora do comportamento belicoso do presidente com a imprensa, as instituições e até no (des) trato das relações humanas.
Inocente ou utopicamente, ministros entram com a falsa esperança de moldar Bolsonaro. Para ficar, terminam se amoldando a ele.
Assim, o governo desenha um oito sem fim. Bolsonaro fingindo aceno para pacificação e os interessados nas fatias dos ministérios fingindo que acreditam.
Se o presidente não mudar, o governo não mudará, ainda que se troque as caras da Esplanada. No mundo real, o que hoje é renovada torcida tem enorme probabilidade de não passar de torcida.