João Pessoa e Campina Grande precisam articular medidas conjuntas de enfrentamento à nova onda da pandemia e os seus respectivos devem baixar a guardar e deixar diferenças de lado por um objetivo comum.
Eis a opinião do insuspeito sanitarista e pesquisador Christovam Barcellos, do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um técnico distante das idiossincrasias políticas locais.
A fala do especialista faz todo sentido pelo choque de visões entre regras adotadas na região metropolitana de João Pessoa e medidas concebidas em Campina Grande, dois polos que naturalmente interagem social, geográfica e economicamente.
Desconhecer isso é, antes de tudo, ignorar o interfluxo das duas cidades, especialmente, nos fins de semana e feriados.
“É importante a gente articular esta medida de João Pessoa com Campina Grande, com outras cidades turísticas que podem atrair pessoas neste período de restrições”, reforçou Christovam.
Ele fez uma ponderação lógica: “Não adianta nada uma cidade tomar uma medida e a outra não. O que acontece, por exemplo, com a praia? Se você proibir em um município, a pessoa que tem carro vai para uma em outra cidade”.
O município que andar na contramão pode estar prejudicando, involuntariamente, à própria população local, sob a equivocada justificativa de se diferenciar.
“Se você proibir em um município, a pessoa que tem carro vai para uma em outra cidade. Isso de maneira alguma pode ser permitido. Do mesmo modo o comércio. Isso vai gerar mais fluxo ainda. Isso na verdade é um perigo para estas cidades que irão continuar funcionando”, ressaltou.
Fica o alerta.