O movimento de pastores, líderes religiosos e fiéis deu o primeiro efeito. Com apenas um voto contrário, e de um vereador evangélico, Marcos Henriques (PT), a Câmara de João Pessoa aprovou projeto de Lei que transforma as igrejas em serviço essencial.
A iniciativa, de autoria do vereador Carlão do Bem (Patriota), abre espaço para o debate jurídico da volta dos cultos, missas e celebrações religiosas.
A discussão eclodiu logo após o decreto estadual que suspendeu as cerimônias presenciais. Ao contrário do que parece, de todas as religiões, frise-se.
A suspensão gerou reação de líderes religiosos, entre eles o deputado estadual Jutay Meneses (Republicanos).
A pressão cresceu nas redes sociais. O governador João Azevêdo (Cidadania) foi a público explicar o decreto e garantir que não há proibição de funcionamento das igrejas e nem dos serviços assistenciais.
A única vedação concreta é da realização de cultos e missas com aglomerações de fiéis.
O movimento de pressão agora muda de endereço. Sai do Estado e vai para o prefeito Cícero Lucena (PP). Cabe a ele sancionar ou não a lei. E mesmo assim, não há garantias de que o projeto reverta o estabelecido no decreto estadual.
De concreto até agora, só uma coisa: a pressão dos evangélicos tem força e mobiliza.
A questão principal, todavia, passa a ser outra. Com recordes diários de mortes, estamos num momento que encoraja a brigar para ter o direito de correr o risco de contaminar e ser contaminado?