A luta da ciência e do sistema de saúde ainda tem um grande inimigo a ser combatido no front da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
Com a viabilização e aprovação da vacina, o inimigo da vez é a desinformação sobre a imunização.
Médicos, sanitaristas e cientistas estão investindo parte do tempo em entrevistas e publicações para remover do caminho os vírus das fakes news e crendices que se aproveitam da fragilidade do momento e inoculam dúvidas na população.
São manifestações, postagens e conteúdos sem nenhum valor científico, desprovidos de qualquer base mínima de racionalidade, mas competentes em confundir, deformar e inibir a autoproteção.
O bombardeio é eficiente e contagia até gente esclarecida, temerosa, receosa, apesar de paradoxalmente amedrontada pelo perigo da doença.
O movimento de boicote à vacina é surreal, inexplicável no meio da maior crise sanitária do século. Incompreensível quando conta, entre seus propagadores, com o maior líder da Nação.
Jair Bolsonaro ao longo de meses se empenhou e se esmerou na tarefa de atacar a confiabilidade de estudos e seus resultados.
O desserviço sem precedentes converte-se contra o próprio governo que corre atrás do prejuízo com seu tardio plano de vacinação.
Agente da desqualificação da imunização, o governo agora distribui a mesma vacina que contribuiu para estigmatizar. Surreal.
O vírus da desinformação está solto em plena campanha de vacinação. E é tão nocivo quanto a doença. Contra ele, o único remédio é a informação.