Quando tudo parece perdido, eis que algumas chamas ressurgem das cinzas nesse Brasil abatido por 200 mil mortes e guerra de narrativas.
O pessimismo ganha terreno, mas dona esperança é renitente, teimosa. Ainda bem.
Ela aparece em imagens e cores no auge da crise sanitária no Amazonas.
Manda dizer que está viva quando estados da federação mandam cargas de oxigênio e estendem as mãos a pacientes vitimados pela combinação de incompetência, falta de planejamento e logística complexa.
A Paraíba foi um deles. Aqui, abriram-se as portas para 15 pacientes manauaras, num esforço conjunto da rede pública de saúde.
Uma operação técnica de emergência bem sucedida com a internação e uma recepção respeitosa de um povo que tem solidariedade e acolhimento no seu DNA.
Nessas horas, a divisão pobre, tola e estéril se apequena diante do sentimento de Nação, de povo.
São imagens, são gestos, são atitudes que fazem a gente continuar acreditando na vida, no ser humano e nas instituições e profissionais, como os que, a despeito de tudo, trabalham diligentemente para curar pessoas e tornar a vacina possível.
A chama não apagou. Há motivos para continuar crendo. Amanhã vai ser outro dia.