Danielle Fonseca é obstetra. No front da pandemia, ela atende mulheres grávidas contaminadas pelo novo coronavírus.
Ela luta por duas vidas ao mesmo tempo.
Danielle trabalha na capital do Amazonas. Ela sabe de perto a origem e os efeitos da crise em Manaus.
“Uma catástrofe anunciada. O governo não se preparou. A gente está desde setembro avisando que o número de casos vinham aumentando”, disse durante entrevista ao Programa Hora H, apresentado pelo autor do Blog e Wallison Bezerra na Rede Mais Rádio (Rádio Pop FM em João Pessoa, 101,1 FM em Campina Grande e 21 emissoras em conexão)
Ela cita a eleição e festas de fim de ano como componentes para o aumento substancial de casos. “Os hospitais colapsaram. Não tem lugar para ninguém nem na rede privada e pública”.
Mas, o epicentro da crise sanitária não é só falta de oxigênio. Não é só falta de planejamento. Não é só o aumento dos casos e a teimosia de quem menospreza a doença.
É tudo junto ao mesmo tempo.
“A gente se sente frustrado, desesperado. Não é falta de médico, é falta de administração, de respeito”, desabafou a profissional.
Aos nordestinos, ouvintes do programa na Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, ela fez um alerta: “Se programem para uma segunda onda. É assustador, é mais agressivo ainda. O componente pulmonar é mais grave, as pessoas ficam mais tempo internadas. Muito mais angustiante”.
O perigo bate à porta.
Não é terrorismo de político. É o grito de quem, lutando pela vida, está vendo a morte de perto.