Não chegou a surpreender a ninguém do adro. O sacramento do padre Luiz Couto (PT) na direção de Ricardo Coutinho, candidato em João Pessoa, era uma missa anunciada.
Com ou sem novidade, a essa altura o apoio público do ex-deputado federal traz um alento para a candidatura do PSB na capital paraibana que vive o purgatório de notícias negativas e revezes jurídicos na novela com o PT.
Se perdeu a luta política no PT, Coutinho traz para si, oficialmente agora, um nome petista com densidade eleitoral e respeitabilidade externa.
Para Ricardo, só bônus, porque ainda converte um quadro de dentro da gestão do hoje rival e joga para o colo de João Azevedo a decisão da iminente exoneração.
Para Luiz, só ônus. Do ponto de vista ético, Coutinho – alvo de denúncias do MP por corrupção e até com experiência de prisão – vive o seu pior momento e altíssima rejeição, conforme dados das últimas pesquisas.
No PT, o sentimento é de que não se perde o que não se tem. Há tempos, entre servir à própria igreja e seguir seu oráculo, o sacerdote escolhe a segunda alternativa.
A opção do padre orou no terço do bispado da nacional do PT e guarda coerência com seu histórico na paróquia local: Couto é Coutinho!
Do alto da chaminé política pessoense, uma fumaça cinzenta paira uma dúvida.
A 23 dias da ‘santa’ palavra das urnas, o apoio do padre é bênção ou extrema-unção? Dia 15, o eleitor responderá.