É hora de fiscalizar João (por Magno Martins) – Heron Cid
Bastidores

É hora de fiscalizar João (por Magno Martins)

13 de outubro de 2020 às 09h35

(Recife-PE) – O candidato do PSB a prefeito do Recife, João Campos, já recebeu toda ajuda financeira legal prevista para gastos de campanha: R$ 7,5 milhões. O repasse foi efetuado diretamente pelo partido, extraído do chamado Fundo Eleitoral. De acordo com a Lei das Eleições, as despesas são calculadas no limite definido nas últimas eleições municipais, atualizadas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.

Dessa forma, o limite de gastos foi atualizado em 13,9% para o pleito deste ano. Conforme a legislação, em caso de descumprimento dos limites fixados, a campanha pode ser condenada ao pagamento de multa de 100% e a responder por abuso do poder econômico. João não pode receber mais nenhum tipo de apoio financeiro declarado, o que afasta qualquer possibilidade de doação legal de empresa A ou B. Os empresários simpáticos ao projeto do socialista, portanto, podem tirar o cavalinho da chuva.

A não ser, evidentemente, que pratiquem o chamado caixa dois de campanha. Os adversários de João devem aumentar a fiscalização nas contas dele, a partir de agora. Qualquer doação além da registrada pelo PSB, de R$ 7,5 milhões, o que bateu o teto permitido, será considerada abuso de poder econômico, levando sua candidatura a ser impugnada. Caixa dois, prática secular no País, desnudada na operação Laja Jato, é crime. Qual o empresário irá correr tal risco?

Dos candidatos do PSB pelas capitais, João só perde em doações para Márcio França, de São Paulo, que recebeu mais de R$ 9 milhões. O partido ainda distribuiu, nos últimos dias, cerca de R$ 65 milhões com os mais diversos postulantes socialistas no País, incluindo também os que tentam uma vaga no parlamento municipal. Se o PSB, partido de pouca representação no Congresso, movimenta tamanha grana, imagine os maiores, como o MDB, PSL e PT?

Essa bagatela é dinheiro suado dos impostos pagos por todos nós, cidadãos brasileiros, para bancar campanhas de políticos, isso sem falar que todos os partidos ainda são financiados ao longo dos 12 meses do ano por outro fundo, o Fundo Partidário, responsável pelo pagamento das folhas de pessoal das legendas e de todas as despesas e logísticas.

Dinheiro que poderia muito bem ser investido em saúde, educação, segurança pública e na infraestrutura sucateada do País, como a malha viária. Pernambuco, por exemplo, é o Estado com as piores estradas do País, intransitáveis, sem nenhum planejamento do Governo para recuperá-las, o que tem elevado o índice de acidentes, inclusive com mortes, o que é mais grave.

Blog do Magno Martins (parceiro do Portal MaisPB

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