O efeito rabo de cavalo (por Magno Martins) – Heron Cid
Bastidores

O efeito rabo de cavalo (por Magno Martins)

10 de outubro de 2020 às 19h24

(Recife-PE) – As pesquisas dos mais diversos institutos divulgadas até o momento sobre a corrida eleitoral no Recife nos levam a uma conclusão irrefutável: o apoio de Daniel Coelho e o seu partido, o Cidadania, à candidatura de Patrícia Domingos, do Podemos, não agregaram absolutamente nada. Num linguajar mais apropriado, de lugar comum, deixaram a delegada na crescente feito rabo de cavalo, para baixo.

Antes do beijo da morte em Daniel, Patrícia oscilou entre 13 a 14 pontos percentuais. Agora, patina nos 12 e já chegou a 10 e até mesmo em oito em outros levantamentos. Transferir voto é delegação difícil, ofício que rareia na política. A política nunca foi nem nunca será uma ciência conjugada a matemática da multiplicação. Perde-se mais do que ganha. Só se transfere o que se tem e as pesquisas vão se encarregando de revelar que Daniel nada tem. Se teve em algum momento, virou pó, se diluiu num sopro de dinossauro.

A revelação dos números vai mostrando, igualmente, que Daniel deu um tiro no escuro e errou. Fez a pior aposta quando não cumpriu um acordo fechado lá atrás com Mendonça Filho (DEM). Em nome da unidade e irmanados pela ideia de por abaixo o reinado do PSB tão maléfico ao Recife e a Pernambuco, Daniel e Mendonça diziam que ou um ou outro seria o candidato. Foi Mendonça, mas Daniel farrapou, preferindo cair nos braços da delegada.

A sustentação da retórica para a quebra do acordo soou ridícula. Alegou que seu eleitor estava mais para o perfil da delegada do que do de Mendonça. De onde ele tirou isso, não se sabe, mas fica, com a clareza do sol que ilumina a terra, que cometeu um tremendo equívoco. Imaginou que o eleitor do Recife se enquadrava à velha política do curral eleitoral. Agamenon dizia que Recife é uma cidade rebelde. Daniel tem que tirar do episódio a lição de que o eleitor recifense, além de rebelde, não é tangido para a urna feito gado para o curral.

Esse tempo, felizmente, parece ser página virada, embora nos grotões da rebelde e intangível Recife ainda existam segmentos que se rendem ao mel que adoça a boca em época de eleição, saído da colmeia de práticas não republicanas do PSB, moídas pela usina do mal das máquinas do Estado e da Prefeitura.

Blog do Magno Martins (parceiro do Portal MaisPB)

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