Se fosse um jogo de final e numa arquibancada, o Blog poderia até ceder ao cabotinismo, deixar a modéstia de lado e estender aquela famosa plaquinha: eu já sabia!
A candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho é o final de uma crônica anunciada tantas vezes aqui neste espaço.
Coutinho não é candidato apenas porque quer. A candidatura dele é uma questão de sobrevivência.
Ficou ainda mais necessária quando o prefeito Luciano Cartaxo, depois de ensaios de composição, fechou as portas da vice do PV, ao escolher caminhar com o PDT de Mariana Feliciano e praticamente impor isolamento ao PSB.
Mas, e as questões jurídicas? Nada impede, até hoje, o registro de candidatura. Coutinho não tem condenação por órgão colegiado.
Mas, e os riscos judiciais? A candidatura é uma provocação? O que Ricardo pode amargar a mais do denúncias, prisão e tornozeleira? Nada.
A candidatura em João Pessoa, território que um dia dominou, é o último lampejo para manter sua chama acesa.
Mesmo colhendo a maior rejeição entre todos os concorrentes, Ricardo vai para o tudo ou nada.
Não disputar 2020, num cenário tão confuso e pulverizado, seria o atestado de óbito político. E esperar para 2022, quando muita coisa pode acontecer, seria uma espera longa e arriscada demais.
Sem esperar pelo incerto futuro, Coutinho ficou com o que tem para hoje. Isolado e sem alianças, estava condenado a disputar. O julgamento eleitoral agora é com o povo!