Blogueiros ligados ao bolsonarismo, quase todos anônimos até a chegada do capitão ao poder e alvos de investigações, passaram a última semana incorporando papéis de vítimas de uma suposta perseguição do Supremo Tribunal Federal.
Assim como Jean Willys no passado e Abraham Wintraub mais recentemente, teve até quem se apresentasse como autoexilado. Heroísmo bonitinho e valentia forçada entraram no script.
Nenhuma novidade até aí. Novidade mesmo só a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Noutra dessas, Bolsonaro se solidarizava e postava a favor dos seus militantes digitais mais famosos. Estufaria o peito com um “acabou, porra” daqueles!
Ou um: “Ordens absurdas não se cumprem”.
Nada disso mais. O presidente em pessoa evita a associação. Deixa que outros do seu staff o façam. Bolsonaro encarnou o comedimento, quem diria.
E já teve provas de sobra que o radicalismo histérico e a militância infantil em nenhum grama contribuem com seu projeto de governar uma nação com suas históricas complexidades e diversidade.
A prisão de Queiroz e o jantar de solidariedade a Flávio Bolsonaro promovido pela cúpula do Congresso, a que o bolsonarismo cospe, reconectaram a família do presidente ao mundo real.
O novo presidente em gestação está mais preocupado com a tal governabilidade do que em prestar contas aos súditos fanáticos travestidos de jornalistas e influenciadores digitais.
Aquele radical saiu de cena. Entraram o juízo e o pé no chão. Milagres da quarentena.