Em céu de brigadeiro (por Magno Martins) – Heron Cid
Bastidores

Em céu de brigadeiro (por Magno Martins)

7 de julho de 2020 às 17h06

(Recife) Na quarta-feira passada, este Blog do Magno, em parceria com o Instituto Potencial, da Bahia, divulgou a primeira pesquisa sobre a sucessão em Jaboatão apontando um cenário de reeleição para o prefeito Anderson Ferreira (PL) logo no primeiro turno. Na apresentação geral, ele aparece com 45% das intenções de voto. Quando são computados apenas os votos válidos, chega a 56%, liquidando a fatura logo no primeiro turno. A eleição, entretanto, ainda está distante, só ocorrerá agora em 15 de novembro, conforme PEC aprovada pelo Congresso.

Jaboatão não é um município fácil e tranquilo para administrar. Acumula problemas sociais e econômicos graves, que passam de geração a geração, típica de cidade grande, que perdeu seu ordenamento territorial e cresce sem planejamento, com imensas favelas, esgotos a céu aberto, sem a menor estrutura. Gargalos, aliás, que vão se perpetuando, aparentemente de difíceis soluções. Com mais de 700 mil habitantes, Jaboatão tem três cidades dentro dela, os distritos de Cavaleiro, Muribeca e Curado, com explosões em densidade demográfica.

Filho do pastor e deputado Manoel Ferreira, sabido, aprendiz veloz do glossário político e das artimanhas maquiavélicas, tanto que projetou mais um filho na política, o deputado federal André Ferreira, e de quebra um genro vereador do Recife, Fred Ferreira, Anderson só não será reeleito se cometer muitos atropelos e deslizes ao longo da campanha, o que parece se configurar numa possibilidade remota diante da falta de um ambiente eleitoral, consequência da pandemia do coronavírus.

Seus adversários pontuaram timidamente. O vereador Daniel Alves, pré-candidato pelo PSD, e Ulisses Tenório, do PSB, são os mais mencionados na pesquisa, mas num patamar muito inferior ao prefeito, exatamente 5%, dentro da margem de erro. O mais batedor e barulhento, que pode criar problemas para Anderson, o ex-deputado federal Silvio Costa, pontuou apenas 2%.

Como o cenário de agora em diante até 15 de novembro é de incertezas, pelo avanço ou recuou da pandemia, o fato é que os três anões da oposição terão que ocupar muito espaço na mídia até o pleito, único caminho que podem levá-los a serem mais competitivos, porque não haverá campanha de rua. O debate se processará, de forma engessada, convenhamos, pelas redes sociais, longe de atingir o povão.

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