A explosão da bomba (por Magno Martins) – Heron Cid
Bastidores

A explosão da bomba (por Magno Martins)

19 de junho de 2020 às 11h31

(Recife-PE) A “República da Oposição” comemorou, ontem, a prisão, em São Paulo, de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-policial-militar e ex-assessor parlamentar do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro. Queiroz é investigado pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro após um relatório do Coaf, revelado em dezembro de 2018, apontar movimentação atípica em sua conta de R$ 1,2 milhão. Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Queiroz, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e 9 empresas entre 2007 e 2018.

Os promotores sustentam que há indícios robustos de que uma organização criminosa comandada por Flávio e operada por Queiroz desviou recursos públicos por meio da devolução parcial de salário pelos assessores, prática conhecida como “rachadinha”, e lavou dinheiro fazendo transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados. O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro abriu procedimento investigatório criminal para apurar o caso, suspenso pela segunda vez em julho de 2019, por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Quem pediu a suspensão das investigações foi Flávio Bolsonaro. Em janeiro, o ministro Luiz Fux já havia suspendido temporariamente procedimento investigatório sobre o caso. As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Flávio chegou a pedir ao PSL, seu antigo partido, em fevereiro de 2019, para contratar o escritório de advocacia de um ex-assessor para defendê-lo no caso da rachadinha.

O problema é que o nome do advogado está envolvido em um possível vazamento de informações da Polícia Federal em prol da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), conforme apuração da Folha de S. Paulo. O custo total do contrato, que durou 13 meses e meio, foi cerca de R$ 500 mil. O relatório fiscal do PSL de 2019 mostrou que o advogado Victor Granada Alves (Granado Advogados Associados, do qual Victor é sócio) foi contratado com verba do fundo partidário. A função de Victor era fornecer atendimento jurídico ao diretório da legenda no Rio de Janeiro, sob o comando de Flávio, a começar de fevereiro do último ano.

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