A divergência de opiniões nas massas chegou nos círculos mais íntimos do poder. Do poder de quem pode ditar regras e medidas de segurança em período de pandemia na Paraíba.
Na região metropolitana de João Pessoa, o epicentro da crise, a dissidência já é real.
Sob a coordenação do governador João Azevêdo, o período de convergência foi tão longo quanto tem sido a quarentena.
Mas, assim como a baixa adesão ao isolamento a níveis preocupantes e o desgaste da população, somados às pressões de setores comerciais, o cansaço abateu alguns prefeitos.
As barreiras sanitárias expuseram a primeira dissidência pública. O prefeito de Cabedelo, Vítor Hugo, discordou e dias depois tomou a iniciativa isolada de deflagrar a retomada.
Agora, o prefeito de Santa Rita, Emerson Panta, já decidiu pela reabertura geral das atividades na cidade, com meio expediente, antes mesmo de novo decreto estadual.
A divisão sobre o tema propaga-se no núcleo pensante do enfrentamento, entre aqueles que, até qui, enfrentaram corajosamente esse duro desafio, contaminado de incompreensões, deformações e aproveitamentos eleitorais.
Se não há mais uniformidade de pensamento num grupo restrito de menos de dez pessoas, o que esperar, então, das ruas divididas entre o alerta médico e sanitário, o terrorismo político e as repercussões econômicas?
Daqui para frente, é cada um por si e Deus por todos. Literalmente.