A guerra no PSB: embaixadas atacadas e pontes queimadas – Heron Cid
Opinião

A guerra no PSB: embaixadas atacadas e pontes queimadas

2 de outubro de 2019 às 14h41 Por Heron Cid
Fio que ainda unia governo e PSB entra em incineração (Arte: Antônio Vinicius/Especial para o Blog Heron Cid)

A Guerra do Jardim Girassol seguia em confrontos com ações táticas e críticas veladas. O último boletim mudou o panorama. A munição aumentou e o conflito que se arrasta desde meados de agosto chegou ao ápice nas últimas horas. Rompeu as fronteiras do aceitável.

Em nota, a comissão provisória (interventora) do PSB acusou, ontem, a direção anterior da incompetência de condenar o partido ao estágio “sem vida orgânica”. Desmentiu o dado de que a legenda, sob Edvaldo Rosas, está em 200 municípios. “Não passamos de 32 comissões provisórias e 12 diretórios”, corrige.

Aliados de João Azevêdo, 27 para ser mais exato, esvaziaram o diretório estadual de João Pessoa ao ponto de, na prática, levá-lo à hemorragia da “autodissolução” e obrigar a instalação de uma comissão provisória.

Ontem, a emblemática deputada Estela Bezerra, presidente interina do PSB pessoense, responsabilizou, sem meias palavras, o governo de João Azevêdo pelo “assédio” e pressão nas renúncias do diretório da Capital.

Hoje, na nota que carimbou a oficialização da autodissolução, negada categoricamente um dia anterior, Estela frisa que a providência é para “proteger os diretorianos de qualquer tipo de assédio moral ou perseguição”. Reforçou o que tinha dito e atribuído ao governo.

Em entrevista, na sequência, João Azevêdo lapidou: “O partido está se desmanchando. As pessoas estão saindo porque não concordaram com a forma autoritária e antidemocrática que foi feita a dissolução”.

As duas palavras que ficam: autoritária e antidemocrática. Ambas com endereço presumido; Ricardo Coutinho.

Na Câmara de João Pessoa, ao falar sobre a autodissolução do PSB pessoense, Sandra Marrocos – que teve uma irmã demitida por dano colateral – bateu o pé e disparou um petardo na direção de Azevêdo: (…) esse governo é nosso. A gente não pode sair de algo que é nosso. Fomos nós que construímos”. 

O enfrentamento bélico socialista chegou às embaixadas. Nas guerras, quando essas são atacadas é porque não há mais nada para conversar entre as partes.

No PSB, todos os tratados de armistício foram rasgados e as últimas pontes estão sendo queimadas.

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