Pensando bem, não é fácil a vida do governador João Azevêdo em matéria de relacionamento civilizado com a base aliada.
Dentro de casa, com seu PSB, Azevêdo vive o fantasma do gosto ruim de setores do partido em relação às suas posturas e atos de governo.
Cobram que ele vista um figurino mais duro, radical e à esquerda, bem ao modo do seu antecessor.
Como João tem outro estilo, paga um preço das cobranças e incompreensões num terreno minado.
O agora G11 apareceu lá atrás como um contrapeso para emprestar a João um fôlego nessa relação tensa com seu próprio partido. Seria a garantia de governabilidade em caso de turbulências.
Bastou um ato do governador fora da curva do esperado pelo grupo paragovernista para a coisa mudar de figura.
A rebelião foi decretada e até tentou-se alguma diplomacia. Mas, chefiada e verbalizada por um Tião Gomes, virulento por natureza, não tem como o recado não ser logo interpretado na essência.
E, por erro de cálculo, de ambos os lados – frise-se -, o que era para ser solução também pode ser problema.
Se, por acaso, o G11 – com movimentos para chegar a 12 (o número que simboliza ‘governo’)- romper, a coisa fica nebulosa para a articulação governamental.
O G11 engrossou o pescoço. Como toda ação gera reação, João elevou o tom.
O governador, porém, vive uma situação complexa.
Ficar refém do G11 ou de parte de um PSB que lhe engole com dificuldades?
Que dilema!