Estava escrito: Nonato Bandeira – Heron Cid
Opinião

Estava escrito: Nonato Bandeira

2 de agosto de 2019 às 11h35 Por Heron Cid
Sem se mexer, Nonato Bandeira - amante dos livros - vive a expressão do poeta: o que tem de ser tem muita força

Grande parte da carreira jornalística de Nonato Bandeira foi escrita no jornalismo cultural. Pesquisador musical por afinidade, quando foi definitivamente convidado ontem pelo governador João Azevêdo para a Secom, ele poderia ter lembrado da emblemática Escrito nas Estrelas, sucesso de Tetê Espíndola.

Afora as fantasias, ficção e o arsenal de especulações, umas por queimação, outras por mera torcida, e algumas a mando, Nonato sempre foi o nome do “signo do destino’, que Tetê canta com seus agudos máximos.

E não de dois dias atrás. Desde o primeiro raio de sol da atual gestão, invariavelmente o nome do chefe de Governo entrava na cota. Estava escrito. Só não viu quem não quis.

Por questões tão evidentes como “cartas claras sobre a mesa”.

O perfil técnico de quem estruturou e profissionalizou a Comunicação em duas experiências: na Prefeitura de João Pessoa e no Governo do Estado.

A afinação pessoal com o governador, com quem acumula relação pessoal e administrativa desde os anos de 2005, quando foram colegas de secretariado na Prefeitura de João Pessoa, e a capacidade de interlocução natural com a política, de forma discreta, ativa e produtiva.

Somente esse conjunto de qualidades e habilidades seria capaz de superar vetos diretos e indiretos de setores amuados com a possibilidade de conviver com Nonato dando o conceito, o discurso e a contraofensiva, quando preciso for, nas questões estratégicas do governo.

E não foram poucos. Ele assistiu a tudo de camarote. Aliás, os movimentos de interdição impulsionaram o jornalista a topar o desafio do qual, no início, ainda tentou hesitar, mas, depois, não resistiu ao apelo e a desafiadora conjuntura do momento.

Por várias razões, Nonato é o cara certo na hora certa num momento de travessia em que pouco a pouco, como já registrado aqui, o governador desenha o governo com suas digitais. Especialmente porque o escolhido compartilha do perfil moderado e conciliador do chefe. Falam a mesma língua.

Nesse aspecto, a escolha de Nonato é uma bandeira fincada por João numa área que, literalmente, fala muito do e pelo governo. Diz muito sobre o que o governador pretende imprimir daqui para frente.

Filho de professor primário, Bandeira sabe que “tudo é pedagogia”. Com sua escolha, Azevêdo estabeleceu uma nova.

Excetuando devaneios e maus humores, a opção de Nonato não foi “caso do acaso”. Ela estava escrita. Não nas estrelas, mas na testa do governo que Azevêdo vai formando. Mesmo que, para alguns, a reação tenha sido a da exclamação de Tetê: “Que surpresa ele nos preparou”.

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