Aprendi a gostar de futebol e torcer pelo Flamengo pelas jogadas de um paraibano. Júnior, o ídolo rubro negro, era engenhoso no que fazia em campo.
Batia bem com as duas pernas. A polivalência colocou ele em duas posições (lateral esquerdo e volante) e com o mesmo desempenho acima da média.
O volante é aquele jogador que fica entre a defesa, as laterais e o meio. Dele, partem a armação e a visão inicial das jogadas. É um elo no time.
Adriano Galdino, presidente da Assembleia, sabe ser e é ouvido como um capitão na Casa, assim como Leovegildo Lins Gama Júnior foi no clube da Gávea.
A tramitação, oficial e dos bastidores, da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020, até culminar com o lance inédito de aprovação sem barulho e praticamente à unanimidade, consensual com os poderes, deve-se, muito em parte, a capacidade de interlocução de Adriano.
O volante da Assembleia soube transitar entre Executivo e Judiciário (TJ, MP, e TCE) e driblar todos os carrinhos, buracos no campo e adversidades dos dois tempos.
Foi estratégico logo na escalação do relator da matéria, Tião Gomes (Avante), um aliado tático. Fez dobradinha com passes curtos e deixou o governador João Azevêdo na cara do gol.
Um gol inédito nos últimos campeonatos por aqui, frise-se. Fazia algum tempo que essa partida só era decidida nos pênaltis e com muitas broncas e reclamações dos outros times.
Galdino entregou ao técnico João o que prometera desde quando assumiu a braçadeira da Assembleia: a governabilidade e vitórias nos torneios das votações mais sensíveis da Casa.
O resultado arrebatador da LDO, com direito a presença sorridente na sessão do presidente do TJ, Márcio Murilo, consagrou Adriano Galdino. O título de ‘maestro’ no campo da articulação é dele.